sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Grande Parte da População Brasileira Ainda Não Possui Conta Bancaria


O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou no dia 11 de janeiro 2011, nova pesquisa colhida em 2010, se trata do “SIPS” (Sistema de Indicadores de Percepção Social), focalizada nos serviços oferecidos pelos bancos comerciais, públicos e privados, tem como titulo “Bancos; Exclusão e Serviços” a pesquisa aponta diferenciação dos interesses da população em relação aos serviços oferecidos pelos bancos sejam eles públicos ou privados, essa se difere nas principais características pesquisada por região, por sexo, por idade e nível de escolaridades.

As diferenciações apontadas trazem à tona as questões sobre as fundamentais ações, atendimento e o grau de importância reconhecido pelos cidadãos entrevistados nas cinco regiões do Brasil (Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul), e assim, ficaram identificados como principais funções dos bancos e de seus serviços de utilidade pública apresentada na seguinte ordem, movimentar/guardar dinheiro, pagar contas, outros produtos e serviços e concessão de crédito (empréstimos), deste modo, já no que diz respeito aos serviços oferecidos pelos bancos se comparada a renda do entrevistado, ou seja, entre 2sm (dois salário mínimo) e acima de 20sm, para os entrevistados a principal função dos bancos aparece por último lugar a concessão de crédito, sendo que, o de maior renda com 7,1% e o de baixa renda com apenas 5% vêem como principal função o empréstimo.

No que diz respeito às regiões tidas como “mais desenvolvidas economicamente”, ou seja, Sul e Sudeste se podem comparar um menor interesse relevante à concessão de empréstimos comparada à avaliação nacional, enquanto nas regiões tidas como poucas desenvolvidas economicamente, Norte e Nordeste, os pesquisados consideraram uma maior relevância relacionada ao crédito para a função do banco.

“A faixa de renda que atribui a maior importância à função de concessão de crédito por parte dos bancos é, ao mesmo tempo, a que atribuiu menos importância aos produtos e serviços, enquanto as demais faixas oscilaram em torno da média nacional geral de 29,5%. A oscilação em torno da média nacional também se repete para a função de movimentar / guardar dinheiro.”

Então, compreende-se que a população brasileira da maior importância aos bancos como instrumentos de guarda e girar dinheiro, seguida por empresa de venda de produtos e serviços e estabelecimento para pagamento de contas. Portanto, concessão de crédito fica como última opção se considerarmos diversos outros fatores como acesso ao crédito e a burocracia exigida.

“Considerando o sexo, em nível nacional, os homens dão uma maior importância à função de concessão de crédito do que as mulheres (5,4% e 3,6% respectivamente) enquanto as mulheres se mostram mais interessadas nos produtos e serviços oferecidos (31,4% contra 24,4% dos homens).”

“As mulheres constituem a maior parte da população excluída do sistema bancário e a população jovem está tendo acesso mais cedo ao sistema, enquanto os maiores de 45 anos tiveram um avanço menor.”

Há que se avaliar, o maior número de informalidade feminina pode assim justificar esta diferença apontada na pesquisa em relação na tomada de empréstimo, se levar em conta a dada quantidade comprovações e garantias exigidas pelos bancos.

“Com relação à idade, temos os extremos – ou seja, entre 18 e 24 anos e maiores de 54 anos – com percepções diferentes em relação à função de concessão de crédito por parte dos bancos. No primeiro estrato, a concessão de crédito foi apontada principal 5 função por 3,5% dos respondentes, enquanto no segundo, o percentual foi de 6,6%. As faixas intermediárias mais baixas convergem para a média nacional, mas a que compreende a idade entre 45 e 54 anos diverge dessa tendência, atingindo 3,1%, o percentual mais baixo entre todas as faixas etárias.”

Considerando a inclusão bancaria, ficam notórias na comparação que ainda existem imensas e significativas desigualdades regionais, por um lado as regiões desenvolvidas economicamente têm 60% contra 50% das regiões menos desenvolvidas da população incluída no sistema bancário.

“Apesar da melhora na situação atual em relação àquela encontrada há mais de cinco anos, ainda temos um expressivo contingente de pessoas com baixa renda familiar excluídas do sistema, notadamente nas faixas abaixo de 5 salários mínimos, que compõem a maior parcela da população.”

Foi apresentada ainda que 40,6 dos entrevistados desejam possuir uma conta bancaria, ou seja, querem estar inclusos no sistema bancário (jovens com menos de 24 anos). E outros 26,6 acreditam não possuir renda suficiente para serem atrativos dos bancos.

Por outro lado o papel de desempenho dos Bancos tradicionais, ou seja, procuram principalmente venderem seus produtos para garantirem seus lucros, fica assim, muito distante das famílias de baixa renda que por hora carecem de crédito e oportunidade em começar e ampliar seus negócios.

Apesar de a pesquisa apontar maior concentração de bancarizados na região sudeste, igualmente, sabe-se que muitos moradores das regiões periféricas da grande São Paulo continuam desassistido dos serviços bancários convencionais.

Portanto, entre outros dados podemos salientar que acreditamos que o papel dos Bancos Comunitários vem se tornando cada vez mais importante dentro das comunidades, por possuir a diferenciação na proximidade e trato com o morador.


Confira a pesquisa na integra no Link abaixo:
 
De: ipea