domingo, 20 de fevereiro de 2011

Entre as Reformas e a Economia Solidária

Após a estagnação vivida na década de 80 o Brasil foi inserido na globalização, iniciou-se um processo longo de privatizações, abertura de mercado externo, reorganização do setor produtivo brasileiro, trazendo muitas consequências econômicas principalmente a classe trabalhadora como demissão em massa que durou durante toda década de 90. E, contudo promoveu uma mudança política cultural no Brasil, novos entendimentos foram compartilhados sobre o enfrentamento da crise abrindo outras frentes de luta pela igualdade de direitos sociais em diversas áreas e seguimentos pela sociedade.

Podemos julgar que a influência do movimento de economia solidária se deram em muitos casos numa relação econômica alicerçada na valorização humana e devem ser consideradas e levadas em respeito, se assim, confiarmos por uma relação de interação coletiva e solidária. “criando uma alternativa à dimensão alienante e assalariada das relações do trabalho capitalista.”

Como se explicita no conteúdo, cada vez mais o fortalecimento da difusão das dimensões sociais, econômica, cultural e ecológica concentrados num desenvolvimento econômico sustentável e mais justo, coloca o trabalhador e a trabalhadora como protagonista de sua própria história.
Como já apontado em outra ocasião os empreendimentos populares solidários ainda, “… tem difícil acesso às linhas de financiamento disponibilizadas pelos agentes financeiros, seja pela falta de histórico na atividade econômica dos novos empreendimentos ou mesmo pela ausência, na maioria das vezes, de garantias reais que assegure o retorno financeiro para o financiador, diminuindo assim o risco da operação.”

Para fazermos jus a própria história é natural salientar, se considerarmos o emprego do Comércio justo e solidário pode significar oportunidade, também podemos dizer, que, ele nos conduz a pensar na existência de outra alternativa quando levado em conta que ao construir uma outra história completamente diferente daquela velha máxima popular “manda quem pode obedece quem tem juízo.”

Por outro lado, a história politica parece se repetir, ou seja, como reinvenção de poucos sem a participação efetiva da sociedade na construção da luta por um mundo mais justo e menos desigual. “Negando uma e afastando a outra, como faz o revisionismo, reduz-se o movimento operário a um simples movimento corporativo e reformista, encaminhando-se, naturalmente, em linha reta, para o abandono do ponto de vista de classe.”

Há que se justificar se levarmos em conta que o contentamento de uma determinada classe não seja meramente um conformismo por um status de coadjuvante de sua própria história politica. “e que a classe operária não pode contentar-se com reformas enquanto não for realizada a transformação socialista. (…), e a garantia disso está na influência das reformas capitalistas.”

Esse assunto não se esgota aqui até por sua complexabilidade e se levarmos em conta a sugestão do titulo deste post ele faz alusão as reformas e a economia solidaria, comparando os avanços nestas áreas sabemos ainda que há muito por fazer, não devemos abdicar de responsabilidade, e assim, se cada ator social fizer a sua parte teremos um pais de oportunidade e com menos desigualdade sociais nesse século XXI.



Revista de Economia Solidaria, dezembro 2005, p,7,9.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_solid%C3%A1ria


http://pt.wikipedia.org/wiki/Revisionismo

Luxemburgo, Rosa, Reforma ou Revolução? - Ed. Expressão Popular, São Paulo, 1999. p.61, 62.